quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Reduzir, Reutilizar e Reciclar, sempre pela política dos três R’s

Não há muito tempo a Secretaria de Estado do Ambiente abriu uma polémica devido à necessidade cada vez mais urgente de se reciclarem os lixos que a sociedade consumista em que vivemos produz em cada dia com maior abundância e à imposição da reciclagem ao cidadão comum, através de aplicação de coimas aos que não reciclam seus lixos. Em parte a Secretaria de Estado tinha razão, porque é urgente e fundamental instalar-se na mentalidade dos portugueses a necessidade de se começar a separar os lixos para posterior reaproveitamento. Mas o Secretário de Estado tinha apenas uma parte da razão, porque para se começar a separar os lixos é necessário um conjunto muito simples de recipientes a que vulgarmente se chamam Ecopontos. Não podemos exigir a um cidadão que se desloque para fora da sua rua carregado de sacos de lixo separado para depositar num Ecoponto que fica a mais de 1 km de distância.
Em primeiro lugar, o poder politico tem a obrigação de assegurar as infra-estruturas indispensáveis, e só depois “exigir” comportamentos condizentes aos cidadãos.
A maioria do território português neste aspecto está verdadeiramente atrasado. Conhecem-se em muitas cidades meia dúzia de Ecopontos que na maioria das vezes transbordam cartão, latas e garrafas de uma forma verdadeiramente chocante.
Não haverá uma mentalidade ecológica se as pessoas não forem informadas e não tiverem as condições mínimas e indispensáveis que lhes facilitem os actos de reciclar.
Um Ecoponto por cada rua, ou em última instância um Ecoponto em cada bairro, não seria uma exigência exagerada por parte dos cidadãos portugueses.
As autarquias têm a obrigação de serem os primeiros agentes dinamizadores e facilitadores dos actos cívicos das pessoas que habitam as suas circunscrições territoriais. Por isso, e para os portugueses começarem a separar o lixo (metais e plástico, cartão e papel, vidro, oléo vegetal e pilhas) que produzem, exige-se uma mais ampla cobertura das cidades e dos concelhos de Portugal com Ecopontos, Pilhões e Oleões. E não uma politica de contenção do investimento em Ecopontos Pilhões e Oleões, que leva a que o cidadão, mesmo o mais interessado, a desistir de fazer a separação prévia do seu lixo para posterior triagem e reciclagem do mesmo, por os Ecopontos estarem sempre cheios e sem espaço para colocação de mais lixo para reciclagem ou por estarem muito longe das suas casas. Também se deve dar importância à reciclagem do lixo orgânico, pois muitas autarquias não fazem a reciclagem do mesmo, preferindo o depositar em aterros sem a sua reciclagem e valorização, juntamente com o lixo não reciclável, desperdiçando assim uma fonte de composto orgânico que poderia ser usado para produção de gás metano e adubo natural.

terça-feira, 26 de agosto de 2008